O sensor de ponto morto superior (PMS), também conhecido como sensor de referência ou de fase do pistão, é uma peça eletrônica fundamental para o correto funcionamento da injeção eletrônica e da ignição do motor. Ele atua em conjunto com o sensor de rotação para determinar o momento exato em que o pistão do cilindro número 1 está no topo — o chamado ponto morto superior.
Mas quais carros utilizam esse tipo de sensor e em quais situações ele é realmente necessário? Neste artigo, você vai entender o que ele faz, como funciona e em quais modelos ele está presente.
O que faz o sensor de ponto morto superior?
O sensor de PMS é responsável por informar à central eletrônica (ECU) quando o pistão está na sua posição mais alta dentro do cilindro. Essa informação é crucial para:
- Sincronizar a ignição (faísca) com a posição do pistão
- Sincronizar a injeção de combustível com o tempo de admissão
- Evitar falhas de combustão e otimizar o desempenho
Em muitos casos, o sensor de PMS atua como complemento ao sensor de rotação, aumentando a precisão do gerenciamento eletrônico do motor.
Diferença entre sensor de PMS e sensor de rotação
Embora parecidos em função, os dois sensores têm propósitos distintos:
- Sensor de rotação: informa a velocidade e a posição do virabrequim
- Sensor de PMS: informa a posição do pistão em relação ao ciclo de combustão
Alguns motores modernos combinam os dois sinais em um único sensor ou utilizam sensores de fase no comando de válvulas para identificar o ciclo exato de cada cilindro.
Quais carros usam sensor de ponto morto superior?
O sensor de PMS está presente principalmente em:
🔹 Carros com sistema de injeção sequencial
🔹 Modelos que utilizam dupla referência para sincronismo (rotação + PMS)
🔹 Veículos com maior controle de emissão e desempenho
Veja alguns exemplos:
- Fiat Palio, Siena, Strada 1.0 e 1.3 Fire com injeção IAW
- VW Gol G3 e G4 1.0 8v e 1.6 com injeção eletrônica multiponto
- Chevrolet Corsa, Celta e Prisma com motores 1.0 e 1.4 VHC
- Ford Fiesta e Ka (modelo antigo) com motores Zetec Rocam
- Renault Clio e Kangoo 1.0 com sistema Siemens ou Magneti Marelli
- Peugeot 206 e 207 1.4 com injeção sequencial
- Carros com motores Fiat E-TorQ (em alguns casos, junto com o sensor de fase)
Em muitos desses modelos, o sensor de PMS pode ser encontrado fixado no bloco do motor, próximo ao cilindro 1, ou acoplado na polia do virabrequim com um anel dentado (relutância).
Sintomas de defeito no sensor de PMS
Quando esse sensor apresenta falhas, o carro pode exibir os seguintes sintomas:
- Dificuldade de partida, principalmente a frio
- Motor falhando ou engasgando
- Marcha lenta irregular
- Luz da injeção acesa no painel
- Códigos de erro no scanner como P0335, P0340, entre outros
É possível rodar sem esse sensor?
Em alguns veículos, sim. O sistema entra em modo de emergência e tenta calcular o ciclo do motor apenas com o sensor de rotação. No entanto, isso pode reduzir o desempenho, aumentar o consumo de combustível e impedir o funcionamento correto de outros sistemas, como ignição e controle de emissões.
Conclusão
O sensor de ponto morto superior é uma peça essencial em muitos motores com injeção sequencial e gerenciamento eletrônico avançado. Ele garante que o combustível e a faísca sejam entregues no momento exato, contribuindo para um funcionamento suave, eficiente e econômico.
Diversos carros populares usam esse sensor — especialmente modelos da Fiat, Volkswagen, Chevrolet e Ford com motores entre 1.0 e 1.6. Em caso de falhas ou sintomas típicos, o ideal é fazer um diagnóstico com scanner e, se necessário, substituir a peça por uma de qualidade e compatível com o sistema de injeção do veículo.